O Conselho de Ética da Câmara Federal aprovou por unanimidade parecer do relator Benedito Lira, correligionário do sr. Paulo Maluf, solicitando o arquivamento do pedido de cassação do deputado Sandro Mabel, correligi-onário do ex-deputado Valdemar Costa Neto que a seu contrário, preferiu renunciar e não enfrentar o julgamento dos seus pares.
O relatório ainda vai a plenário, para ser voltado, mas tem-se como certo que lá também será aprovado, não com esta unanimidade. Resta saber se esta virtual absolvição não é balão de ensaio, para ver como a opinião reage diante da enorme pizza que está no forno, à espera de aquecimento.
Sandro Mabel foi acusado por sua colega e amiga Raquel Teixeira, correli-gionária dos srs. Fernando Henrique Cardoso, Geraldo Alkimin e José Ser-ra, de tentativa de suborno, para transferir parta o Partido Liberal o alto conceito de que ela desfruta em Goiás como educadora. Aliás, a deputada só se deu conta da gravidade da proposta de Sandro Mabel, após a denúncia de Roberto Jefferson sobre o mensalão.
A primeira reação de Mabel, no confronto com Roberto Jefferson, foi uma mistura de coitadismo, pai de pobres e agressividade bem mais próxima da grosseria do que da veemência. Bem orientado pelos seus advogados, mu-dou o tom, depois.
Como Mabel naturalmente não escreveu nem chamou testemunhas para fa-zer a proposta a Raquel, restou à Comissão de Ética o que se chama palavra contra palavra.
O confronto entre os dois caracterizou-se por um fato notável. Ele não ten-tou desqualificar pessoalmente a deputada, sabendo que nada tinha objetar quando a isso. Ora, se até Sandro Mabel reconhece a idoneidade de Raquel Teixeira, qual o fundamento para se ahcar que ela não estivesse falando a verdade a respeito do caso?
Parece, entretanto, que o relator se deixou comover pela tecla do coitadis-mo que Sandro Mabel continuou manipulando, agora com grande compe-tência. Com o que foi promovido a titular da legião dos arcanjos que a polí-tica brasileira tem criado com generosidade. São todos inocentes.
Os culpados somos nós, eleitores, que atiramos nossos votos a esmo, como se fosse uma loteria. Não passa de reles batota.
quarta-feira, 2 de novembro de 2005
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário