segunda-feira, 7 de novembro de 2005

O fio da meada - Jayme Copstein

A crise política agrava-se com novas denúncias. Não fossem os bons ventos da economia mundial, com algumas brisas atenuando o calor das nossas refregas, e já teríamos retornado à instabilidade que marcou os anos 50 e desembocou no regime militar.
O sr. Luís Inácio Lula da Silva, que gosta a cada passo de se atribuir façanhas jamais praticadas em toda a história deste país – tem mostrado uma inédita incompetência para lidar com a crise. Para livrar-se do aperto, fala no combate à pobreza. Os salários continuam lá embaixo, os lucros do Bradesco, só neste ano, cresceram 90 por cento.
Cresce a suspeita de que não se trata de incompetência, mas necessidade de preservar algo mais grave, escondido na profundidade dos rios de dinheiro do mensalão, que não cessam de jorrar e cujo montante ainda não é possível calcular-se. Considera-se com bastante insistência o hipotético financiamento de uma conspiração para guindar José Dirceu ao poder, após a conquista do segundo mandato de Lula.
Será delírio paranóico, reforçado pelos dólares escondidos em caixas de uísque e trazidos supostamente de Cuba? Os líderes do PT arranjaram um argumento contundente para ridicularizar a acusação. “Só falta dizerem que o PT recebeu dinheiro da Al Quaeda!”
Mas apareceu o piloto do avião. Confirmou que transportou os envolvidos e as caixas de uísque.
É o fio da meada.

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