Nem há porque tergiversar sobre a agressão de que foi vítima o deputado José Dirceu, ontem na Câmara dos Deputados. Não se justifica por nenhum título e o caso deve ser decidido pela justiça, como é a praxe de uma democracia.
Contudo, esta verdade não exclui reflexões sobre o silêncio e até apoio declarado do próprio deputado José Dirceu, quando as vítimas de agressões semelhantes eram adversários políticos.
Não se conhece nenhum protesto dele, nenhuma indignação, quando líderes sindicais deram pontapés no traseiro de empresários ou fizeram corredor polonês no próprio Parlamento, quando professores militantes cuspiram e jogaram objetos em governadores e secretários de Educação, menos ainda quando o MST agrediu e ainda agride e tranca pacatos empregados de fa-zendas em cárcere privado.
Nem param no terreno físico as agressões que seus adeptos praticam contra opositores. Só que, desta vez, a desqualificação pessoal – aquela coisa de reacionário,burguês, mais isso, mais aquilo, não tem lugar: o agressor é um escritor de nome na literatura infantil e defensor de teses politicamente corretas. A acusação que faz a Dirceu é a mesma de Dirceu aos adversários: manipulação do delineamento jurídico para ordenar o Brasil segundo seus interesses.
Resumindo: pimenta no olho dos outros é carícia.
quarta-feira, 30 de novembro de 2005
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