Certeira no espinhaço do governo, a crise que leva Antônio Palocci hoje ao Senado, nasceu aparentemente de um bate-boca entre o ministro da Fazenda e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef.
Dizem as más línguas que foi encomendada sob medida por Luiz Inácio Lula da Silva, ansioso para se livrar do rígido controle dos gastos públicos, para torrar os sacrifícios desse longos anos na campanha da reeleição.
Alguma coisa está fora dos trilhos. Dilma Roussef não consegue transferir para a Casa Civil a gestão brilhante do Ministério da Energia. Mostra-se inábil, afoita, rude em suas discordâncias com pontos de vista alheios, imiscui-se em áreas que não lhe competem, como a condução de economia. É possível até que esteja sendo usada por raposões da política, sedentos de verbas em véspera de eleições,para derrubar Palocci.
Uma terceira versão diz que Dilma ambiciona o Ministério da Fazenda, com vistas a vôos mais estratosféricos. O Brasil não demora, até como originalidade, a eleger uma mulher para a presidência da República.
Seja como for, o caldo entornou. Bastaram os rumores, a Bolsa caiu e o dólar subiu, confirmando a advertência de que mexer na política econômica, para promover novo carnaval à la Zé Sarney, trará de volta a catástrofe do Plano Cruzado.
Mesmo que Palocci saia bem no Senado, a crise não termina aí. Não há lugar ele e Dilma no mesmo governo. Para Lula, é a própria sinuca de bico.
quarta-feira, 16 de novembro de 2005
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