O Rio Grande não é mais o mesmo.
Esta frase de desencanto, colhida de um velho peão, vem à tona neste momento em que se perpetra acordo vergonhoso na Assembléia Legislativa do Estado. Governistas e oposicionistas engavetaram duas investigações que antes proclamavam ser o retrato acabado da moralização.
Sepultadas, entretanto, não foram as CPIs propostas dos pedágios e do mensalão, mas a própria moralidade que todos brandiam como bandeira do Rio Grande, ao entoar o hino dos farrapos: não basta ser aguerrido e bravo. Quem não tem virtude ...
O que há de tão escabroso na história desses pedágios que obriga os governistas a engolir a indecência do mensalão, para não deixá-la vir à tona?
Sirvam nossas façanhas de modelo... do quê? Para quem?
Como escreveu um dia o poeta Balbino da Rocha, gaúcho não é mais gaúcho. É fantasma, vagueando de lá pra cá, como a sombra do boitatá..
sexta-feira, 11 de novembro de 2005
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