terça-feira, 8 de novembro de 2005

O Bloco na avenida - Jayme Copstein

Três CPIs em véspera de quatro, um ata-mas-não-desata nas investigações da corrupção, o ano está se esvaindo rapidamente. Mais apenas 53 dias e mergulhamos em 2006 e na campanha eleitoral para a presidência da República e a renovação do parlamento federal.
O que traz de volta a sensação de hospício. Uma boa chusma de candidatos nada inspiradores vai surgir no cenário, assemelhando-se muito aos malucos que se encontra em qualquer manicômio, fingindo ser médico ou o próprio diretor da casa, quando não as duas coisas ao mesmo tempo.
Alguns até são capazes de explicar com muita lógica tudo sobre os demais loucos e como se pode botar ordem na bagunça que todos fazem e compartilham. De repente, pegam uma barra de chocolates, jogam o chocolate fora e começam a comer o papel da embalagem.
Com o sistema eleitoral que temos, sem nenhum debate sério, a campanha se resumindo a um duelo de marqueteiros, como se fosse desfile de sambódromo, o problema não a escolha recair em Momo I e Único, que a isso o país já está acostumado e vacinado: será sempre o mal menor.
O risco é o eleitor, atordoado pela bateria, não perceber o que se esconde sob as fantasias e entregar a chave do cofre a alguém que finge que vai pôr fogo no circo, para esconder o dinheiro no bolso.

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