segunda-feira, 5 de junho de 2006

As pinoquices de Berzoini - Jayme Copstein

Só daqui a um mês saberemos se o sonho do hexacampeonato mundial de futebol foi alcançado na Alemanha, mas o Nobel da Pinoquice já está assegurado a um brasileiro ilustre. Ricardo Berzoini, presidente do PT, acaba de marcar todos os pontos possíveis, afirmando que o mensalão não existiu e a imprensa é a responsável pela impunidade dos corruptos.
Não é fácil achar coerência nas afirmações de Berzoini. Se não existiu mensalão, não houve corruptos a punir, portanto não há impunidade. Como a imprensa pode ser responsável por algo que não existe?
Pena que a leniência de Berzoini com o mensalão não estivesse em exercício quando pretendeu pôr a velharada de 90 anos em fila, tipo campo de concentração, para acabar com a imoralidade da Previdência Social. O reumatismo e a osteoporose eram argumentos bem mais sólidos para inocentá-los que os levantados por ele em favor dos deputados João Paulo Cunha e Professor Luizinho.
Segundo Berzoini João Paulo Cunhas, então presidente da Câmara não votava e o Professor Luizinho, então líder do governo, pelo cargo, votava sempre com o governo. Como ambos admitiram o recebimento dos famigerados “dinheiros não contabilizados”, se não foi dentro do esquema do mensalão, como quer Berzoini, mais do que corrupção, foi gatunagem pura e simples.
Berzoini está mesmo querendo dizer que, não houvesse imprensa para noticiar, ninguém ficaria sabendo e o mensalão não existiria. É simples. Como simples, também, e o entendimento do empenho de Lula e do PT, em criar o Conselho Federal de Jornalismo.

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