A propósito da campanha para anular o voto ou votar em branco, Luiz Hofmeister, de Santa Cruz do Sul, lembra com muita oportunidade: foi a elevada abstenção dos eleitores que legitimou a ditadura de Hugo Chavez na Venezuela. Com a totalidade do parlamento na mão, mudou a Constituição, submeteu o Judiciário e criou as condições para se perpetuar legalmente no poder.
Nenhuma novidade, por sinal. Os primeiros a se utilizarem da tática de desmoralizar as instituições foram os nazistas. Conquistaram o poder graças à omissão de eleitores desiludidos. Depois, não havia o que os contivesse. É história conhecida de todos.
O que pouca sabe é que a Alemanha daquela época tinha algo em comum com o Brasil de hoje – o voto proporcional, responsável pelo pervertido congresso que hoje envergonha e infelicita a nossa nação. E que está servindo também de instrumento neste projeto de impor ao país uma ditadura de extrema esquerda.
O que também não é novidade. O voto proporcional foi copiado pelo sr. Getúlio Vargas, em 1934, com o único objetivo de desmoralizar o parlamento e retornar à ditadura da qual ele se tornara chefe, com a Revolução de 30. Bastaram três anos para que pudesse implantar o Estado Novo, com o apoio da opinião pública.
Como se observa, é uma velha artimanha, um conto de vigário, que conta com a ingenuidade e o desconhecimento do eleitor sobre o próprio processo político do qual ele é a parte mais importante. Edison, que não sei de onde é, escreve: “Já que o candidato indesejável será eleito de qualquer jeito, o voto nulo pelo menos demonstra numericamente o descontentamento do eleitor. ‘O cara’ vai saber que não está com a bola cheia.”
Edison projeta no “cara” a sua própria formação moral, os seus próprios escrúpulos. Como se algum corrupto, apanhado com o rabo na ratoeira, avermelhasse o rosto e exclamasse\: “Ó, como estou envergonhado!”
Vale uma fábula: as raposas invadem o galinheiro, proclamando que a partir daquele momento, elas e as galinhas viverão em paz para sempre. Depois devoram as penosas e, de barriga estufada, às gargalhadas, dizem uma para as outras: “E elas acreditaram!”
O que o Paulo, o Edison e todos os inconformado deste país não perceberam ainda é a necessidade de eleger um Congresso decente, que possa ser controlado pelo eleitor, por isso mesmo representativo e forte, para controlar, por sua vez, o presidente da República.
O obstáculo é o voto proporcional. É preciso com urgência exigir a mudança para o voto distrital, que permite ao eleitor, inclusive, retomar o mandato do seu deputado, se ele não corresponder, seja pelo comportamento pessoal seja por descumprir os compromissos que assumiu quando se elegeu.
sexta-feira, 30 de junho de 2006
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