Quando se completam 61 anos da paz na Europa, 12 das 15 maiores economias da Terra deixam de lado os cifrões e disputam o título mundial de futebol. A Alemanha é o terceiro país mais rico do mundo, o Brasil, o último da lista.
Em 1945, quando terminou a Segunda Mundial, a Alemanha estava destruída e dividida. Até para não morrer de fome, os alemães dependiam dos exércitos inimigos que a haviam dizimado. O pão, a carne, o leite, tudo era racionado em algumas gramas por semana e o patrimônio de todos os cidadãos se reduzira a algo em torno de 50 dólares por pessoa. O resto fora confiscado pelo governo, para reconstruir a nação.
Naquele mesmo ano, a situação do Brasil era privilegiada. Seu exército formava entre os vencedores. O país não devia um vintém a quem quer que fosse. Pelo contrário: tinha créditos de mais de um bilhão de dólares: cerca de 300 milhões, devidos pelos Estados Unidos, em torno de 800 milhões, pela Inglaterra.
Dois anos depois, em 1947, a Alemanha recebeu, entre ajuda do Plano Marshall e empréstimos, o mesmo bilhão de dólares que o Brasil não precisava pedir a ninguém porque era seu.
Foram anos de sacrifício para os alemães, investindo até o último vintém na reconstrução da sua economia. Não se necessita, para marcar a diferença, falar dos pentes vagabundos de matéria plástica, importados dos Estados Unidos, que se comprava de qualquer camelô, aqui no Brasil, a cinco por um cruzeiro, a moeda da época. Mais significativo foi pagar os 800 milhões de dólares pelas ferrovias que os ingleses detinham no país, cuja concessão estava vencida e em poucos meses seriam devolvidas de graça.
A transação foi tão escandalosa, que a própria oposição britânica no parlamento, em Londres, protestou com veemência. No Brasil, não se disse uma palavra. A imprensa naquele tempo era mais cordata, ninguém se queixava dela.
Quando se completam 61 anos da paz na Europa, 12 das 15 maiores economias da Terra deixam de lado os cifrões e disputam o título mundial de futebol. A Alemanha é o terceiro país mais rico do mundo, o Brasil, o último da lista. Não se necessita explicar por quê. Os fatos falam por si mesmos.
sexta-feira, 16 de junho de 2006
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