segunda-feira, 12 de junho de 2006

Voto de lista, puro engodo - Jayme Copstein

Algumas pessoas andam com idéias de jumento na cabeça. Querem inutilizar o voto para anular as eleições. O caos em que o país mergulharia, sem presidente e sem congresso eleitos, não é levado em conta, mesmo que a fantasia sadomasoquista tivesse pé na realidade.
Não tem. O que anula eleição é ilegalidade na coleta dos votos. Urnas fraudadas, por exemplo. Assim mesmo, haveria necessidade de que contivessem mais de 50 por centos dos sufrágios.
O máximo que poderá acontecer aos anulantes de votos, se persistirem no equívoco, será ficarem sem representação política. Com toda a certeza, o outro lado vai votar com firmeza para eleger sua maioria de bandidos e legitimar toda a sorte de bandalheiras que bem entenderem.
Asneiras e maluquices à parte, o sistema eleitoral é o item mais importante da reforma política que deverá ocupar as atenções da próxima legislatura. Uma arapuca – a do voto de lista – está sendo montada como varinha de condão para acalmar o eleitor indignado. É mais uma mudança para não mudar coisíssima alguma. É assombroso que até um político do porte do sr. Tarso Genro defenda tal excrescência, como o fez domingo, em artigo (Concertando a reforma) na Folha de São Paulo.
Por que não o voto distrital puro ou misto?
Nós já temos o voto de lista, apenas com o eleitor, não o partido, indicando quem será eleito para os mandatos conquistados pela legenda partidária. Significa, pois, esse voto de lista pretendido, trocar seis por meia dúzia, mas – anotem, aí está a arapuca – transferindo a indicação dos eleitos para os velhos malandros que proliferam em todas as legendas, alguns até transformando-as em balcão de negócios.
O sr. Tarso Genro conhece na própria carne a manipulação das oligarquias partidárias. Ou será outro o motivo pelo qual deixou de ser o presidente nacional do PT, quando estourou o escândalo do mensalão?

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