quinta-feira, 15 de junho de 2006

O sultão da farinha - Jayme Copstein

Leitores de Zero Hora debatem a depredação da Câmara dos Deputados. Um pergunta se o governo federal vai prender os vândalos que se abrigam sob bandeiras de justiça social, mas consumiram nos últimos meses mais de 5 milhões de reais dos cofres públicos, doados pelo sr. Luiz Inácio Lula da Silva. É só dividir: considerando-se a valor exagerado de 210 reais para cada uma, cesta básica, é bem mais do que 23 mil cestas básicas o preço daquela bagunça.
A indagação é desanimadora. O eleitor brasileiro não tem a menor idéia do que seja democracia. Desconhece a Constituição que rege a vida do país e ignora que só a Justiça é que pode julgar e prender ou liberar alguém.
A idéia generalizada sobre o presidente da República, entretanto, é a do Grande Pai, dono da chave de uma masmorra, para prender desafetos e opositores, e também de prodigiosa cornucópia de onde tira mamatas rendosas, aposentadorias privilegiadas e até mensalões para os amigos do peito. Para os demais, a lei com todos os seus rigores.
É uma espécie de sultão de mil e uma noites, que tanto dá a filha em casamento com a metade do seu reino por dote como manda decapitar, por incompetência, os decifradores do pega-trouxa – 2 e 2 são 4 ou 22? Como sabeis, somos os donos da verdade e só os “nossos” conhecem a resposta certa.
Com esta visão, melhor dito, sob esta cegueira, pouco importa se doutor, operário ou professor na presidência da República. Fiquemos com a sabedoria dita popular: acaba tudo farinha do mesmo saco.

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