É notável que o noticiário não esteja enfatizando a presença de 42 menores entre os mais de 500 arruaceiros que invadiram ontem a Câmara Federal. Mais notável ainda é o silêncio da deputada petista do Rio Grande do Sul, Maria do Rosário, sempre veemente na defesa de suas idéias e empenhada na aprovação da Lei da Palmada, mas sem levantar a voz nem se fazer presente para protestar contra a utilização de crianças em perturbações da ordem.
Por sorte, a Polícia do Distrito Federal mostrou mais sensibilidade que os demagogos de plantão, invisíveis nesta hora. Imediatamente separou os menores e recolheu um grupo de 15 crianças e adolescentes, acompanhados por 10 mães, para um alojamento do próprio movimento dos sem-terra, na cidade-satélite de Guará. Outros 27 guris, idade variando entre 12 e 17 anos, desacompanhados dos pais ou responsáveis, mas também envolvidos criminosamente na arruaça, foram removidos para o SOS Criança de Taguatinga.
A Justiça do Menor e do Adolescente não pode mais fechar os olhos, como tem feito até agora, em episódios similares. Há algum tempo, aqui no Rio Grande do Sul, um bebê de colo morreu desidratado porque um líder de acampamento proibiu os pais de procurar socorro médico. Nada aconteceu a esse líder, ao que se sabe.
Que a Justiça faça o seu papel. E que o eleitor também não se omita. Que exija a explicação: por que tanto horror a uma palmada, se arriscar a vida de crianças em delírios ideológicos é politicamente correto? Onde fica sinceridade dos propósitos?
quarta-feira, 7 de junho de 2006
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