Um artigo de Nelson Motta, Portugal Tropical, publicado hoje pela Folha de São Paulo, é o ponto final na arrastada polêmica de muitos anos, cá por estas bandas. Motta compara dois países semelhantes em população e extensão territorial: um, mais provido de recursos naturais, Cuba, o outro, o nosso velho Portugal.
A trajetória política dos dois países guarda semelhança, também, em alguns trechos do caminho. Portugal esteve submetido à uma prolongada ditadura fascista, Cuba permanece AINDA sob uma ditadura comunista.
O regime fascista de Salazar nunca teve acesso a mananciais de dinheiro como os que jorraram da União Soviética para o regime de Fidel Castro. Mas após a redemocratização e conseqüente ingresso na União Européia, Portugal igualou-se a Cuba no tempo – 30 anos – em tem recebido substancial ajuda da comunidade do Velho Mundo.
Nelson Motta, em seu artigo da Folha de São Paulo, comparando a história recente dos dois países, mostra a diferença, não entre socialismo e liberalismo, mas entre democracia e totalitarismo.
Em Portugal, “ninguém passa fome, os desempregados e aposentados têm seus direitos respeitados, ninguém morre por falta de médico ou de remédios, há escola para todos, ótimas universidades, salários dignos. Plenas liberdades democráticas. (...) Nem na saúde pública e na educação, de que tanto se orgulha, Cuba conseguiu resultados melhores do que Portugal. E sacrificou os sonhos e a liberdade de várias gerações.”
Pena que não foi acrescentada outra diferença: a poupança somada de todos os presidentes e primeiros-ministros portugueses com toda a certeza não se iguala aos 900 milhões de dólares que fazem de Fidel um dos homens mais ricos do mundo.
Foi só o que faltou no artigo de Nelson Motta que tem um fecho perfeito: “E ainda há quem queira nos tornar uma imensa Cuba.”.
sexta-feira, 2 de junho de 2006
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