Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, apela em vão para o civismo da oposição do PSDB, conclamando-a a governar pelo Brasil, no Rio Grande do Sul o deputado Raul Pont, do PT reconhece que a governadora Yeda Crusius, do PSDB, tem razão na questão do orçamento, mas acha não cabe à oposição resolver problemas do governo.
Exigir coerência de políticos no Brasil é crer em ficções. O que não é nenhuma novidade porque a recusa dos deputados gaúchos, de reduzir os 0,8% pretendidos pelo Judiciário torna o orçamento do governo rio-grandense uma obra de ficção. Ninguém sabe, em um estado onde quase 100% da arrecadação estão irrevogavelmente comprometidos com o funcionalismo e a dívida da União, de onde vão sair os mais de 180 milhões de reais representados por esses “meros” 0,8%.
Como Legislativo e Judiciário do Rio Grande do Sul estão brincando de conto de fadas, o rumo é previsível. Mais adiante vão ter de achar uma bruxa malvada para justificar o feitiço da falta de dinheiro para a educação, a saúde e a segurança.
Não será fácil achar a bruxa. Não dá para esconder que foram os duendes, desta vez, que mexeram o caldeirão. Mesmo por que a governadora Yeda Crusius, além das advertências sobre o rombo desses 0,8%, decididamente não tem o físico exigido pelo ofício de megera.
Comentários:
Rodrigo: Maior problema dos 0,8% é que o orçamento do Estado tem que ser encaminhado com a concordância dos trÊs poderes e do ministério público. Assim determina a Constituição do Estado. A pretensão do governo eleito era impor unilateralmente o orçamento, coisa que o judiciário e o MP não aceitavam. Na contramão do que prega, a governadora recém eleita acena com a criação de novas secretárias, o com certeza causará mais despesas, o que torna sua pretensão de reduzir as despesas um tanto contraditória, visto que parece querer impor austeridade apenas na casa alheia...
Surfista Prateado: Discordo completamente do Sr. Rodrigo. Embora extremamente perdulário, o Poder Executivo é austero comparativamente aos Poderes Judiciário e Legislativo. Um tanto infantil a pretensão de exigir que o Executivo corte algo ao mesmo tempo em que pede um corte (insignificante) ao Poder Judiciário, como crianças trocando figurinhas. Se cortasse não em 0,8% mas em 50% o total das verbas do Judiciário, Yeda seria aplaudida nas ruas. O Judiciário, com a mecânica processual atual, é algo que está fora do alcance e paciência dos cidadãos, sem falar na prática nefasta da "justiça social" aplicada por muitos de seus membros. Se a lei que define o andamento processual for dinamizada e o uma verdadeira reforma trabalhista for feita, pode-se reduzir em 50% todo o Poder Judiciário em todas as instâncias e ainda assim sobrará muita gente sem ter o que fazer. Mas é aquilo: nunca vai acontecer. É da nossa cultura criar dificuldades para vender facilidades. Normalmente com muitos empregos públicos, com ou sem concursos, pouco importa, nefastos do mesmo modo.
sexta-feira, 24 de novembro de 2006
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Maior problema dos 0,8% é que o orçamento do Estado tem que ser encaminhado com a concordância dos trÊs poderes e do ministério público. Assim determina a Constituição do Estado. A pretensão do governo eleito era impor unilateralmente o orçamento, coisa que o judiciário e o MP não aceitavam. Na contramão do que prega, a governadora recém eleita acena com a criação de novas secretárias, o com certeza causará mais despesas, o que torna sua pretensão de reduzir as despesas um tanto contraditória, visto que parece querer impor austeridade apenas na casa alheia...
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