terça-feira, 7 de novembro de 2006

Os pontos do ranking - Jayme Copsteuin

Algumas páginas da Internet ficaram indignadas com a notícia de que o Brasil, nos últimos anos, avançara significativamente no chamado ranking da corrupção. Estranhamente chamaram isso de “alarido” e o atribuíram às elites mundiais que se opunham à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Seria laborioso discutir a estatura de Lula como líder mundial, a ponto de preocupar essas supostas “elites”. Há controvérsias. Há o sorriso elegante de Putin, quando felicitou nosso presidente pelas façanhas futebolísticas do Brasil, ao lhe ser lhe proposto o eixo Moscou-Brasília, ou o olhar enigmático dos chineses, quando cobrados pelo troco à concessão gratuita de status nação de livre comércio. Mesmo no continente, Hugo Chavez, Evo Morales e Nestor Kirchner negam unanimidade ao pedestal.
Nossos talibãs caboclos conseguiram enxergar luto até em um traje preto da apresentadora de tevê Ana Maria Braga quando faz muitos anos ninguém mais usa luto neste país. É estranho, porém, que, quem tem a vista tão acurada, não consiga ver que “caixa 2” e “dinheiro-não- contabilizado” seja pura roubalheira.
Vai ver, esta cegueira é que conta mais pontos no ranking da corrupção.

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