Enquanto Ruy Castro, na Folha de São Paulo, festejava o “choque de ordem” do prefeito carioca Eduardo Paes, o noticiário lamentava que a “lei seca” tinha ido para o beleléu – o número de bebuns na direção de veículos voltou ao que era antes de julho de 2007, quando foi entronizada com honras de grã-senhor.
Ainda em janeiro de 2008, entrevistando agentes rodoviários federais na Rádio Pampa, expressei dúvidas de que a fiscalização se mantivesse com o rigor necessário para fazer a lei “pegar”.
Não deu outra. A volta do álcool à direção foi gradativa até chegar ao que era antes. Vai acontecer a mesma coisa com o “choque de ordem” do prefeito do Rio, que pretende terminar com os abusos dos flanelinhas, dos camelôs, de gente urinando nos postes e nas árvores, de caminhões atravancando ruas a qualquer hora para descarregar cerveja nos bares, carros estacionados em lugares proibidos – enfim, daquela bagunça institucionalizada que mantém o país atado ao atraso.
Nos próximos dias, haverá muitas fotos nos jornais, o prefeito Eduardo Paes dará muitas entrevistas, será cogitado para o governo do Estado ou para a vice-presidência da República e tudo voltará ao que era dantes no quartel de Abrantes.
No Brasil, fiscalização, em matéria omissão e desleixo, assim como era no princípio, será agora e sempre, por todos os séculos dos séculos, amém. É uma espécie de religião.
quinta-feira, 9 de abril de 2009
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