segunda-feira, 6 de abril de 2009

Carência - Jayme Copstein

Zé Sarney, cujo governo de triste memória pôs na lata do lixo alguns decênios da história brasileira, volta a freqüentar o noticiário. Roberto Pompeu de Toledo escreveu na Veja desta semana uma frase antológica: “Há muitos campeões do atraso na política brasileira. Sarney é o campeão dos campeões, tanto por antiguidade quanto, sobretudo, por mérito”. (“O Oligarca perfeito”, página 138).

Há poucos dias, nesta coluna, falei de Zé Sarney e de suas reincidências (“Bugios, papagaios e quero-queros”). Ele tem sido meu assunto ao longo dos anos, desde a morte de Tancredo Neves. Quando apresentava o Brasil na Madrugada (Rádio Gaúcha), a partir do estelionato do Plano Cruzado contei, dia por dia – e no último dia, as horas – os três anos e pico que faltavam para encerrar seu governo.

Por cansado, já não me entusiasmo com esses assuntos. Tudo é tão repetitivo, sempre as mesmas falcatruas, os mesmo personagens... Sarney, Maluf, Barbalho, Dirceu, Quércia... O dia, porém, que alguém for preso de verdade – não apenas se hospedar por algumas horas em celas de luxo – prometo voltar a contar apenas as horas que faltam aos corruptos, não para terminarem mandatos, mas para dar com os costados de vez no xilindró.

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