A governadora Yeda Crusius foi convidada, ontem da direção e dos profissionais que atuam nos veículos da Rede Riograndense de Comunicação para o café da manhã. Conversou mais de duas horas com os jornalistas de O Sul, da Rádio Pampa e da TV Pampa, expondo seus pontos de vista e respondendo perguntas.
Exceto voto distrital e parlamentarismo, convicção de que compartilhamos com significativo número de cidadãos, mas utopia desalentada pelo ceticismo diante da prostituída prática política enraizada no país, não tinha nada a lhe perguntar.
Venho observado com atenção o destemor com que Yeda Crusius enfrenta verdadeiro fogo de barragem, começado alguns minutos após ter entrado no Palácio Piratini para governar, sem perder a cabeça, mas a cada momento provocando, com excessos de temperamento, novos conflitos. Nada de vulgaridades, porém.
Somos amigos desde os tempos em que ambos trabalhávamos na RBS, Yeda comentando economia na RBS TV, eu apresentando o Brasil na Madrugada, na Rádio Gaúcha. Afeiçoei-me a ela tanto por suas virtudes quanto por seus defeitos, mas há um traço particular do seu caráter que ora parece defeito, ora parece virtude.
À primeira vista, até se poderá falar em teimosia, para definir o apego às decisões assumidas, desatendendo a palpites, contrariando vontades e desafiando interesses. Depois, porém, quando se analisam os resultados da “teimosia”, como, por exemplo, o inédito equilíbrio das contas públicas do Rio Grande do Sul ou o também inédito equacionamento para saldar os precatórios, começa-se a procurar palavra melhor. Ocorre-me: tenacidade. Persistência? Perseverança? Tenacidade?
Não sei se Yeda é candidata à reeleição e, se for, consegue reeleger-se. Quando uma pergunta se aproximou deste tema, não repetiu o esfarrapado discurso que não diz “sim” nem “não”, mas espertamente significa que cavalo passando encilhado é para ser montado. Obstinou-se a falar do que pretende fazer até o último dia do mandato e anunciou que a destroçada segurança pública é a próxima meta. Yeda é a governante que mais recursos destinou à área no Rio Grande do Sul, mas ela própria reconhece que a situação é de caos. Exige uma ação pronta e integrada.
Tudo o que enfrentou até agora é nada diante do desafio que isso representa e há quem sinta arrepios só de ouvir falar em mexer na casa dos maribondos. Mas é o que vai decidir se a governadora tem a teimosia como defeito ou a tenacidade como virtude.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
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