segunda-feira, 6 de abril de 2009

O gás do bebum - Jayme Copstein

O esbanjamento do governo brasileiro no tempo das vacas gordas pode ser comparado à prodigalidade do bebum no bar, em dia de salário – todos bebem, ele paga. E vai pagando até o que ninguém bebe porque, como todos sabemos, nada do bebum tem dono. O dinheiro não seria exceção.

É o que está acontecendo com o preço do gás, em cujo cálculo se somaram a sede de dólares do “companheiro” Morales, mais outro tanto para financiar parte das obras da Petrobrás previstas no PAC, mais outra fração ainda a apurar em fraudes e superfaturamentos de contratos com a Petrobrás, descobertos pela Polícia Federal na Operação Águas Profundas e Operação Royalties, segundo denúncia de Diogo Mainardi.

Em consequência, o preço do gás vendido à indústria no Brasil – US$ 12,36 (São Paulo) e US$ 10,30 (Rio de Janeiro), por milhão de BTU aumentou 60,7% em 2008, equivalendo ao dobro do valor cobrado nos Estados Unidos e Inglaterra (US$ 5,30), ou Alemanha e, França, entre outros países (US$ 6,50) e quase o triplo no México (US$ 4,70).

Com o preço do gás nessas alturas, a falta de competitividade em um mercado em crise afetou as indústrias que movem suas plantas queimando gás. Grandes empresas do setor vidreiro e do cerâmico fecharam suas fábricas, produtores de fertilizantes planejam voltar ao óleo combustível, mais barato, porém, bem mais poluente.

Enquanto isso, o bebum continua fazendo sucesso no bar, com a companheirada lhe batendo nas costas e o festejando como o “Cara”. Ele não tem medo de ser feliz.

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