Baixada a poeira da campanha eleitoral, nos bares boêmios da moda paira certa decepção. Michelle Bachellet, a nova presidente do Chile, venceu o pleito, não por suas circunstâncias pessoais de mulher, divorciada, socialista e agnóstica, mas exatamente por ser o “cavalo do comissário”, se permitida a metáfora, ainda que machista, e a concordância informal. A estrita correção gramatical, no caso, afora de mau gosto, seria até ofensiva.
Bachellet foi a candidata da coalizão “Concertación Pela Democracia”, originária da aliança de 17 correntes políticas que deu fim à ditadura de Pinochet. Ao longo do tempo, discordâncias e fusões reduziram a coalizão aos quatro partidos atuais, mas não mudaram o modelo liberal de política econômica, instituído pela ditadura, que tirou o Chile do atraso e o situou na vanguarda, ostentando hoje o menor índice de pobreza entre os países do continente.
Os números mostram que o crescimento não teve nada a ver com a ditadura. Entre 1990 e 2003, Pinochet já enfrentando a Justiça, a pobreza do Chile se reduziu à metade. O número de indigentes, então, desabou para a terça parte.
Este é o país em que os chilenos votaram, conferindo mais um mandato à Concertación Pela Democracia, elegendo Michelle Bachellet para a presidência. Nada a ver com modismos e excentricidades que assumem formas fantasmagóricas nas fumaças e eflúvios dos bares da moda.
terça-feira, 17 de janeiro de 2006
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