segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

A cor da mosca - Jayme Copstein

Publicados os números da primeira pesquisa de intenção de voto para o governo do Estado, a mosca azul começou a zumbir. Todos são vencedores, todos chegarão lá, ainda que, sabido de todos, muitos serão chamados, poucos, escolhidos. No caso, apenas um será eleito.
O que ressalta de tudo isso é a arapuca da política brasileira, não só brasileira, mas de países ainda por amadurecer filosoficamente: o poder não é instrumento de atender às necessidades do povo e da Nação, mas apenas butim, disputado encarniçadamente pelos partidos, com a ideologia esmagada pelos interesses e vaidades pessoais. Esta é a verdadeira cor da mosca.
Não fosse assim, não se daria nenhuma importância a pesquisas de opinião feitas com tanta antecipação. Sem que o debate tenha se iniciado com a campanha eleitoral, o que se pode colher é o sentimento das pessoas no momento da abordagem. É de se imaginar o eleitor, o calor do verão lhe torrando a paciência, querendo mudanças que agitem, só para ter uma aragem que o alivie dos suores. Ou o contrário – não mexe, a gente já está se derretendo parado, não faz onda, por favor.
Ainda bem que o Carnaval está aí, para dar vazão a todas as fantasias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário