quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

Queixa ao bispo - Jayme Copstein

Se alguém acreditou no repentino bom-mocismo dos senadores e deputados federais, vá preparando queixa ao bispo: caiu em mais um conto de vigário nesta questão das férias de 120 dias e gratificações pelas convocações extraordinárias.
É ano de eleição. Os eleitores estão furiosos com o emporcalhamento das instituições, era preciso acalmá-los. Mudou alguma coisa? As férias deste ano já foram concedidas, a gratificação pela convocação está sendo paga. No correr dos próximos 12 meses, garantidos mais quatro anos de mandato, “a moralização” será revogada com a mesma desfaçatez com que a verticalização está sendo mandada para o lixo.
Verticalização era a saudável proibição de alianças eleitorais nos estados e municípios, que se confrontassem com as alianças federais. Resultou de pedido do deputado Miro Teixeira, em 2002, para que o Tribunal Superior Eleitoral interpretasse a Constituição.
Os deputados e senadores sabem que a Constituição proíbe mudança das regras eleitorais no ano do pleito. Dizem os jornais que isso vai dar recursos a Supremo Tribunal Federal, vai dar discurseira, indignações fingidas, enfim as bambochatas de sempre.
Vocês acreditam que, garantidos os mandatos por quatro anos, a moralização das férias e da remuneração das convocação extraordinárias também não vai para a lata do lixo?

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