quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

Questões de inteligência - Jayme Copstein

Duas boas notícias do trânsito nos jornais de hoje.
Em Porto Alegre, a EPTC revogou a bobagem de proibir os motoristas de táxi de usar bermudas no trabalho.
Prevaleceu o bom-senso. A fiscalização atenta será suficiente para evitar – ai sim, com toda a razão – o desleixo de uns poucos deseducados, os de calção e camiseta de física, que não representam a classe dos taxistas.
A segunda boa notícia é a aprovação do projeto de Beto Albuquerque, deputado federal do Partido Socialista do Rio Grande do Sul, valorizando o depoimento das testemunhas para comprovar a embriaguez de motoristas envolvidos em acidentes de trânsito. É curioso como no Brasil somos tolerantes com o álcool, cujas conseqüências são tão destrutivas quando a maconha, a cocaína e a heroína. É a bebedeira que arma a maior parte dos assassinos, sejam os que portam facas, revólveres ou dirigem automóveis e caminhões.
Quem não gostará da novidade são as bacantes, as sacerdotisas do deus Baco, aquele que empinava firme umas que outras. Testemunho vale para embriaguez. Da mesma maneira que se conhece gravidez de mais de dois meses, olhando barriga, conhece-se o bebum depois do segundo copo.
Não precisa complicar. Deixa quieta a lei do Beto Albuquerque, que ela não faz mal a ninguém. É simples: em lugar de ir ao Supremo, alegar a Constituição, que dá um baita trabalho e ainda tem que pagar advogado – bebeu, não dirige. Não se incomoda com a lei nem incomoda os outros.

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