A operação tapa-buracos, anunciada em fins de dezembro, é o retrato de corpo inteiro do governo do sr. Luiz Inácio Lula da Silva. Por trás das frases pomposas, a incompetência, a improvisação e a demagogia.
O governo anunciou a tapa-buracos como se fosse uma façanha fora do comum, jamais praticada na história deste país, como o presidente gosta tanto de falar. As equipes do Dnit – Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transportes – trabalharam uma madrugada inteira para formular a Operação. Três anos não foram suficientes para levantar quantas estradas necessitam apenas de remendos e quantas estão a exigir obra mais complexa para lhes devolver a trafegabilidade. De repente, em uma madrugada, a solução mágica.
No primeiro momento, a verba anunciada foi de 200 milhões de reais. Como isso não dá para nada, logo em seguida foi mais do que duplicada para 440 milhões de reais.
O jornal Valor acaba de botar as coisas nos seus devidos lugares: 440 milhões de reais é o que a Companhia de Concessões Rodoviárias gasta anualmente para a manutenção pura e simples dos dois mil quilômetros – não os 26.506 quilômetros anunciados na tapa-buracos – são apenas dois mil quilômetros dos trechos que administra no sistema Anhanguera-Bandeirantes e na Via Dutra.
Pois está aí em que consiste o plano mirabolante, gestado na insônia de uma madrugada quente de Brasília. Os buracos serão entupidos de areia e cascalho, maquiados com uma tênue cobertura de asfalto. Voltarão a ser buracos quando as águas de março – obrigado Tom Jobim – fecharem o verão.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2006
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