Conversei com o jornalista Nahum Sirotsky, um dos mais bem equipados correspondentes internacionais, sobre os recentes acontecimentos do Oriente Médio. Eu lhe manifestei preocupação porque o noticiário divulgado no Brasil tem nítido sinais de distorção.
Houve coisas ridículas como o desleixo do Jornal do Brasil, em sua página na Internet, estampando, em lugar de título, a recomendação: “Culpar Israel”. Mas há exemplos piores, como as contradições de noticiosos da Rede Globo, quer em seu canal aberto, quer na GloboNews.
Seguidamente vão para a tela imagens de um foguete atingindo um edifício em zona residencial, em cujo terraço o Hizbollah instalara uma plataforma de lançamento, segundo informação do repórter da própria Globo, Marcos Losekan. Tinha sido fornecida pelo Exército israelense, para mostrar a precisão na mira do alvo, evitando, tanto quanto possível, danos a outros prédios e a civis.
A informação só apareceu em um boletim. Em seguida escamoteada do noticiário e a imagem hoje é usada para ilustrar qualquer bombardeio israelense.
Ontem mesmo, ao relatar o recrudescimento das ações, a Globo afirmava na chamada que, após 24 horas de calma, Israel havia retomado os bombardeios e com isso desencadeado o revide do Hizbollah. No corpo da matéria, entretanto, o repórter Marcos Losekan, afirmava que voltando o Hizbollah a atacar com mísseis, Israel revidara, retomando os bombardeios.
O direito à opinião é de todos. Vivemos em uma democracia. É tão irrestrito quanto o que todos temos, independemente de nossas simpatias ou ojerizas, a informações imparciais. Foi por isso que conversei com Nahum Sirotsky, que vive em Israel. Ele diz:
“ Em Haifa, há poucos instantes, caíram 15 misseis sobre uma mesma área com grande destruição e sem vitimas. Foram mais de mil, até agora, os mísseis lançados contra centro urbanos de Israel, não poupando nem mesmo Nazaré, a cidade onde nasceu Jesus, e de população predominantemente árabe.
Os religiosos judeus insistem que a reduzida perda de vidas é um milagre. Com tão intenso bombardeio, apesar da grande destruição que esses mísseis provocam, os mortos são apenas 20. Explica-se: ao longo dos anos, os israelenses construíram um sistema de abrigos subterrâneos, nos próprios edifícios residenciais. Nos prédios mais recentes há inclusive um quarto que se isola do exterior para a hipótese de ataque por armas quimicas e biológicas.Assim mesmo o número de feridos é grande.
Os números de baixas, do lado do Líbano, não são conhecidos com precisão. Há muita informação desencontrada. Calcula-se que haja 300 mortos, mas a extensão da tragédia pode ser medida, entretanto, pelas centenas de milhares de libaneses que deixaram seus lares, para fugir dos horrores da guerra.
O impasse para o cessar fogo está em chegar-se a um acordo que não favoreça a imagem do Hisbollah. Seu objetivo único e declarado é a destruição de Israel. Não há como conviver com isso.”
São informações objetivas, sem distorções.
Comentário
Anônimo:
Escrevo artigos, discursos, etc..
Uma pessoa representativa, instado por libaneses locais, pediu-me um artigo. Pessoa lúcida, aceitou a minha linha de argumentação: o Libano,também é vítima do Hizbzllah e seus fanáticos aliados.
A colônia parece não ter gostado muito, mas para outros caiu a ficha.
Creio que se deve insistir neste ponto, ainda não assimilado e terrivelmente coberto pela mídia.
quarta-feira, 26 de julho de 2006
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Jaime
ResponderExcluirEscrevo artigos, discursos,etc.Uma pessoa representativa, instado por libaneses locais, pediu-me um artigo. Pessoa lúcida aceitou a minha linha de argumentação:o Libano,também é vítima do Hezzolah e seus fanáticos aliados. Eles são os inimigos. A colônia parece não ter gostado muito, mas para outros caiu a ficha.Creio que se deve insistir neste ponto, ainda não assimilado e terrivelmente coberto pela mídia.
Por obvias razões não precisa publicar o comentário acima. Abraços