segunda-feira, 3 de julho de 2006

A "lista" dos corruptos- Jayme Copstein

Os velhos raposões da política brasileira sabem que o voto proporcional esgotou a paciência e a tolerância da Nação. Como renunciar ao festim de corrupção lhes seria mortal, estão montando uma arapuca para acalmar o eleitor indignado. Chama-se voto de lista.
Vocês ouvirão Zé Sarney e assemelhados deitando verbo em favor desta pretensa mudança, que não muda coisíssima alguma. Só perpetua feudos. Já temos este voto de lista.
O voto proporcional é um voto de lista em que o eleitor, não o partido, indica quem será eleito para os mandatos conquistados pela legenda partidária. No pretendido voto de lista – prestem a atenção porque aí está a arapuca –a indicação dos eleitos é cassada do eleitor e transferida aos velhos malandros que proliferam em todas as legendas partidárias, alguns até transformando-as em balcão de negócios. O eleitor só vota na lista, não vota em ninguém.
É menos do que trocar seis por meia dúzia. Simplesmente o eleitor abdica do seu direito de escolher, que já lhe é furtado no proporcional, para tornar-se um mamulengo nas mãos dos raposões.
Que Zé Sarney e assemelhados desejem perpetuar este Brasil injusto, desigual, de poucos cevando-se na riqueza produzida por todos os outros, é da sua história pessoal. É inacreditável, porém, Tarso Genro defender tal deboche. Ele conhece na própria carne a manipulação das oligarquias partidárias. Ou será outro o motivo pelo qual deixou de ser o presidente nacional do PT, quando estourou o escândalo do mensalão?
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Comentários
1. Erico Valduga (Porto Alegre, RS, Brasil) - É certo: parlamentarismo e distrital puro, se possível a partir de uma constituinte exclusiva. Parlamentarismo para acabar o danoso reinado de quatro anos. Distrital puro para aproximar o eleito do eleitor, obrigá-lo a ser responsável. Seria um bom começo para o país que queremos.
Blog do Jayme - Jornalista veterano, repórter político dos melhores, faz diagnóstico correto. Ele sabe das coisas.

Um comentário:

  1. Anônimo8:00 AM

    É certo, Jayme: parlamentarismo e distrital puro, se possível adotados a partir de uma constituinte exclusiva, que reforme o espírito da Constituição. Parlamentarismo para acabar o danoso reinado de quatro anos, e distrital para aproximar o eleito do eleitor, obrigá-lo a ser responsável. Acho que seria um bom começo para o país que queremos para os nossos bisnetos, pois, para nós, nossos filhos e netos, a coisa está osca.

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