segunda-feira, 31 de julho de 2006

Fora da conta - Jayme Copstein

Será a guerra moderna uma batalha de relações públicas em que se contam, para ganhar a simpatia da opinião pública mundial, apenas os inocentes do nosso lado – as nossas crianças, mulheres, velho e doentes – imolados pelos erros do adversário?
É como se tudo tivesse começado naquele momento em que os habitantes de um prédio residencial na aldeia libanesa de Quana foram trucidados pelo bombardeio israelense. O que pode ter acontecido momentos antes, quando uma plataforma móvel de lançamento de mísseis foi levada para o prédio, para atrair a mira automática e precisa dos radares, não está sendo contado.
É como se tudo tivesse começado, naquele momento, em que aquelas crianças foram estraçalhadas e não há décadas, com homens-bombas em ônibus que levavam crianças israelenses para a escola, e até crianças-bombas, como a foi explodida em uma lancheria de Tel-Aviv, onde um adolescente de 13 anos comemorava com a famílias e seus amigos o bar-mitzvah, a maioridade judaica.
Isso não está sendo mais contado.
Naquele exato momento, um plano de paz, prevendo a reparação dos danos da guerra, a normalização de relações entre Israel e o Líbano, porém com o desarmamento do Hizbollah, havia sido concertado por Condoleezza Rice e aceito pelo governo de Tel-Aviv. Seria submetido em seguida ao governo de Beirute. Só que o Hizbollah não podia aceitá-lo. Daí, a plataforma de lançamento de mísseis no prédio residencial de Qana.
É o que ainda não foi contado.

Comentários:
Anônimo: Por que não dizer que começou em 1.948, ou melhor antes da 1a. guerra ? Ou talvez começou no Antigo Testamento ? A verdade é que todos estão pouco se lixando. Afinal por que Israel não ataca a Síria? Nessa briga quem sempre 'paga o pato' são os libaneses e palestinos. Gosto muito de seu blog por que vai fundo nos problemas. Mas às vezes percebo seu viés conservador. Mesmo sendo judeu, você deveria ser mais humanista e não tão pró-Israel. Você tem que estar do lado da humanidade.

Blog:
“Fora da conta” teve por objetivo mostrar o outro lado da questão. Em momento algum justificou o que vem a ser mais um ato neste confronto de tragédias (a dos judeus e a dos palestinos) do Oriente Médio. Nada a ver com “posições conservadoras”, seja lá o que isso signifique, principalmente em relação à análise de problemas brasileiros. Contudo, veja o que se pode fazer com as palavras: ao dizer que tenho de "estar ao lado da humanidade", significa que a humanidade está contra Israel? Não conheço quem tenha procuração para falar por "toda a humanidade" e há muita controvérsia a respeito, principalmente de parte dos cristãos libaneses, massacrados, não pelos israelenses.

Um comentário:

  1. Anônimo2:35 PM

    Por que não dizer que começou em 1.948, ou melhor antes da 1a. guerra ? Ou talvez começou no antigo testamento ? A verdade é que todos estão pouco se lixando. Afinal por que Israel não ataca a Síria ? Nessa briga quem sempre 'paga o pato' São os libaneses e palestinos.
    Gosto muito de seu blog por que vai fundo nos problemas. Mas as vezes percebo seu víes conservador.
    Mesmo sendo judeu, você deveria ser mais humanista e não tão pró-Israel. Vc tem que estão do lado da humanidade.
    Vc viu a Rice tocando piano enquanto as bombas caíam no Líbano ?

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