sexta-feira, 14 de julho de 2006

A mágica do voto nulo - Jayme Copstein

Foi Protásio Alves, nome de uma das principais avenidas de Porto Alegre e ilustre homem público gaúcho, apesar de grandemente desconhecido do próprio Rio Grande do Sul, que escreveu estas palavras singelas em 1930: “Estou convencido de que só a educação do povo, o que não pode deixar de ser senão obra do tempo, operará melhora nos costumes políticos”.
Desde então, um quarto de século, duas ditaduras e três constituições depois, o eleitor brasileiro está perplexo diante da inutilidade de seus esforços. Já elegeu todos – médicos, engenheiros, operários, advogados, empresários, milionários, miseráveis, profetas, bruxos, mentirosos, vigaristas e até gente honesta, sem nenhuma melhora nos costumes políticos. Apela, agora, para a mágica besta: voto em branco ou nulo, para ver, de novo, no que vai dar.
Vai dar na mesma coisa.
Não é mudando de demagogia que se vai ao xis do problema. Apesar de pais da corrupção, os próprios corruptos são filhos da ignorância.
Deixar de votar é perpetuá-los no poder e o povo, no sofrimento.

Um comentário:

  1. Anônimo10:45 PM

    Sr Jayme, não tenho palavras para expressar minha gratidão.
    Já publiquei o artigo nos blogs e na comunidade.
    Espero que as pessoas tenham consciência no momento do voto, já que o país atravessa um período nebuloso e os resultados dessas eleições poderão ter conseqüências imprevisíveis.

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