quarta-feira, 19 de julho de 2006

Na ponta do lápis - Jayme Copstein

Com 44 por cento dos eleitores manifestando indecisão ao DataFolha, é malícia ou irresponsabilidade, senão a soma dos dois, fazer prognósticos sobre as próximas eleições presidenciais. O tema já foi aqui abordado quando DataFolha fez pesquisa em 7 de julho (ver “A aritmética dos espertos, neste blog) e 45% por votantes, um por cento a mais então, dentro da margem erro de 2%, recusavam revelar seu voto.
Este um por cento de diferença mexeu com a posição de três dos candidatos no ranking fictício e foi suficiente para mudar a profecia que dava corujas peladas no primeiro turno. Mesmo persistindo a babaquice do “se a eleição fosse hoje” (ou se o jogo de futebol terminasse no momento em que alguém marcou um gol), ainda que a ecografia tenha terminado com o enigma na barriga das mulheres, continua valendo o velho provérbio: de cabeça de juiz e boca de urna nunca se sabe o que pode sair.
Façamos contas simples, ao alcance de toco de lápis e resto de papel de embrulho. Pode ser até a estreita margem branca dos jornais. Se descontarmos os 7 por cento dos eleitores que permanecem firmes em sua obstinação de voto branco ou nulo, os 55 por cento dos que já revelaram sua intenção, reduzem-se a 47%, menos da metade do eleitorado. Sobram para a disputa 55 milhões de votos, mais de quatro vezes a diferença entre os principais candidatos.
Repita-se: com estes números, é malícia, senão for irresponsabilidade, qualquer prognóstico sobre as eleições presidenciais de outubro…

Um comentário:

  1. Anônimo1:08 AM

    Fica a dúvida: quem está beneficiando quem ?
    o governo compra e o jornal se vende para o espaço para propaganda oficial

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