quarta-feira, 18 de março de 2009

A sacripanta - Jayme Copstein

Pois agora se descobre que Tia Mariquinhas, aquela que vivia presenteando sobrinhos e afilhados com cadernetas de poupança, para aprenderem que mão que economiza é mão que não pede, está a serviço das “zelites”.

Que sacripanta. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acaba de fazer a denúncia, ao anunciar medidas severas para evitar que especuladores venham para a poupança, afugentados de outras aplicações pela redução da Taxa Selic. Para combater a voracidade dos ricos, o Presidente anuncia a diminuição do rendimento da poupança dos pobres.

Lula não disse o que o jornal Valor Econômico já havia comentado e foi repercutido aqui (“Sinuca de bico”, domingo, 15 de março): se os investidores correrem para o meio por cento ao mês mais correção pela TR, o Governo fica sem dinheiro para fechar suas contas, pois o dinheiro da poupança é carimbado: financiamento habitacional. Será obrigado a inflacionar a moeda, com a competência desta grande reserva da Nação, Zé Sarney, autor da maior inflação como jamais houve na história deste país.

Até aí nada de novo. O problema é Tia Mariquinhas, a sacripanta com aquela cara de santinha de pau oco, missa diária, comunhão semanal. Enquanto todos acreditávamos que ela queria incutir bons hábitos na criançada, na verdade conspirava contra a estabilidade da República.

Ainda bem que contamos com um grande estadista na Presidência. Ele contribui com sua proverbial clarividência, a turma da poupança com os seus vinténs. De cada um se tira o que se pode.

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