Chico Anísio, quando ainda tinha espaço para trabalhar, fazia um programa na Rede Globo em que interpretava diversos personagens (uma cópia do programa que tinha na TV Tupi nos idos de 1960, logo que surgiu o videotape). Um desses personagens, emblemáticos era o Bozó. Um "nada" que trabalhava na Globo em alguma função medíocre, mas se achava importante e poderoso, peitando qualquer um e dizendo o seu bordão: "Eu sou o Bozó. Trabalho na Globo. Tá aqui meu crachá!"
Era uma gozação aos seus colegas e à própria Globo. Satirizava como alguns profissionais misturam o veículo com eles mesmos, passando a acreditar que eles, e não o veículo, têm o Poder. Quando são postos na rua com um pé no traseiro, caem em depressão. Nenhum outro canal lhes oferece o que a Globo tem: Poder!
Você sabe de sua importância em uma empresa de comunicação não é contando quantos funcionários estão abaixo de você, mas, sim, quantos estão acima. Assim são todas, não apenas a Globo. Triste e trágica verdade.
A declaração de um destes Bozós sobre o affair Dunga – "Ele precisa saber que não está falando para a Rede Globo; ele está falando para o Brasil!" dá a dimensão exata do tamanho do seu cérebro: inversamente proporcional ao tamanho da Globo. Desconhece o Bozó de 2010 que este é o pior momento para a Globo brigar com Dunga.
Agora ele é imexível! (como diria o saudoso ministro de Collor, Magri, o da cadela humana!). E tirá-lo, quem há dê? E substituí-lo por quem? E quem assume a responsabilidade em caso de derrota?
Mesmo que a seleção de Dunga, com Dunga, dê com os burros n'água sempre haverá o risco de respingar gotas de culpa na Globo. Tá na hora de Dunga usar o bordão de Zagalo: Vão ter que me engolir! E se ganhar, hein? Hein?
A Vênus Platinada está nua e mostra suas rugas, sua celulite, seus dentes amarelecidos, seus cabelos brancos mal pintados.Agora o tempo é de Dunga. E sem trocadilho, há muita coisa em jogo fora das linhas dos estádios, ops, desculpe, das Arenas, para ficar na moda.
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Dunga e a Vênus Platinada – Sérgio Reis
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