terça-feira, 30 de agosto de 2005

Hora do ajuste - Jayme Copstein

Se a democracia brasileira corre riscos neste momento, o maior risco vem do próprio Congresso. A instituição já se desmoralizou como jamais acontecera antes. Não obstante, o Congresso conspira nos bastidores para absolver os corruptos abrigados em seu seio, graças à uma perversão chamada voto proporcional, que o transformou em museu de horrores.
Por trás da aparente resignação de alguns eleitores, há um clamor nas ruas. Está dizendo – basta! Será difícil impedir que o povo sofrido, de salário minguado, maltratado em todas as instâncias, vá às ruas para fazer justiça com as próprias mãos.
Que o Congresso, se decidir salvar a pele de alguns corruptos através das firulas jurídicas com que dissimula seu espírito de corpo, que se prepare para assumir perante a História a responsabilidade de ter destruído o país. De pouco adianta alegar-se que há pessoas decentes, exercendo mandatos. Quem cala consente. Quem consente, é cúmplice.
Que não se acuse a quem alerta sobre o perigo da situação, de estar subvertendo a ordem ou incitando à desordem. As maroteiras se somam e se multiplicam. Descobre-se agora que o Congresso tem mentido à Nação nos últimos anos, quando proclamou que as indecentes aposentadorias de parlamentares haviam cessado com a extinção do respectivo instituto. A aposentadoria continua existindo e nem mesmo a deputados desonestos, que renunciam para não serem punidos, ela é negada. É a consagração da canalhice, acrescentando-se ao célebre “o crime não compensa” – exceto para políticos brasileiros.
Está começando a contagem regressiva. Que os honestos se rebelem e denunciem o crime que se pretende cometer contra a Nação. E que os desonestos, os que não foram apanhados na ratoeira, tenham presente de que não suportamos mais este estado de coisas.

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