sexta-feira, 12 de agosto de 2005

Por trás da crise - Jayme Copstein

Desde o início da crise, falou-se aqui que a solução para o PT passava pelo caminho da humildade. Ou seja, reconhecer os erros - flagrantes - e reconstruir a casa com os destroços sobrados.Penitência difícil, talvez impossível a quem se apaixonou por si mesmo e se revestiu de sacralidades.
Nos últimos dias, acumularam-se os desabamentos. O jovem deputado Paulo Pimenta, com a ridícula manobra para salvar a insalvável reputação de José Dirceu, aprendeu que pimenta só é carícia no PT dos outros. Duda Mendonça decidiu tirar seus galos da reta e da rinha, e deu o serviço. Lula teve de engolir o discurso das elites e agora o que temos é um país estarrecido, desnorteado, com suas ilusões mais ingênuas sepultada no terremoto.
Não obstante, a penitência parece incompleta, apenas a metade da missa. Há um ponto crucial a ser esclarecido: o manancial generoso de onde saiu o dinheiro grosso, depositado em contas de Duda Mendonça e Marcos Valério de Souza nos paraisos fiscais e em outras contas e bolsos ainda não identificados.
A propósito: o que Hugo Chaves veio fazer em Brasília, fora de horas,sem ser chamado, pelo menos na aparência, e com uma pauta mais para desconversa do que para reflexões sobre a influência da banana caturra no reumatismo das formigas?
A agitação política dos últimos tempos mostra semelhança com o que acontece em alguns países da África. Talvez Monsieur Chirac pudesse nos esclarecer muito a respeito. É político experimentado e a Nação que ele preside tem vasto curriculo na tragédia africana.

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