quinta-feira, 11 de agosto de 2005

O enigma de Waldomiro - Jayme Copstein

O retrato de que se chama justiça no Brasil estará em exposição de corpo inteiro, hoje, na CPI dos Bingos, quando Waldomiro Diniz ali comparecer para prestar depoimento.
Mais de ano depois de flagrado na tentativa de extorquir dinheiro de Carlos Cachoeira, ele continua em liberdade e tudo o que lhe diz respeito está empacado. Agora, pode afrontar a quem bem entender porque é o todo-poderoso dono de um hábeas corpus preventivo, com direito a meias verdades, mentiras inteiras, criar versões, inocentar culpados e acusar inocentes. Enfim, de fazer o que bem o que bem entender.
Waldomiro Diniz é uma figura assim tão poderosa? Notável a sua trajetória: apanhado com a boca na botija, não foi sujeitado à expulsão sumária, como aconteceu com Heloísa Helena e Luciana Genro, cujo único crime foi discordar da “nomenclatura” que dirigia o partido. Pelo contrário, foi tratado com panos quentes e, entre aspas, “afastou-se “voluntariamente” da subchefia da Casa Civil da Presidência da República, com direito a choros e velas por José Dirceu que por ele punha a mão no fogo.
As pessoas dizem que, tivessem tomado as providências que se impunham no caso Waldomitro Diniz, o PT e o governo do sr. Luiz Inácio Lula da Silva não estariam enfrentando os dissabores de agora.
É equívoco que não considera a impossiblidade de Zé Dirceu e sua turma punirem Waldomiro Diniz. Tal como Delúbio Soares, Sílvio Pereira e até esse Marcos Valério de Souza, tem tudo a ver com a grossa corrupção que hoje abala a nação. Há muito mais coisas nesta cloaca do que foi denunciado por Roberto Jefferson.

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