quarta-feira, 31 de agosto de 2005

Nosso Pancho - Jayme Copstein

Ninguém sabe onde se situa a fronteira entre a realidade e a fantasia quando se contam as andanças de Pancho Villa, o caudilho mexicano. Há um história engraçada, contudo muito adequada às fórmulas mágicas, apresentadas ontem na Folha de São Paulo, por Mangabeira Unger, o mais precoce “candidátou ô presidência do repâblica!” nas eleições de 2006.
Para Mangabeira Unger tudo é muito simples. Basta saber a palavra mágica – talvez abracadabra – baixar os juros e elevar o câmbio. Não fingiremos – mandaremos de fato o FMI àquela parte e seremos felizes para sempre.
Segundo se conta, em determinado momento Pancho Villa conseguiu se adonar do poder no México e lá se manteve até o ministro da Fazenda dizer que faltava dinheiro no tesouro.
O caudilho respondeu que não se preocupasse. Resolveria o assunto em poucos dias. De fato, não demorou muito para que chamasse o ministro e lhe mostrasse uma sala abarrotada até o teto de cédulas com sua própria efígie, que mandara imprimir na tipografia de um amigo.
– O que é isso? – perguntou o ministro.
“Ué, respondeu o caudilho. É o dinheiro que pediu1”
– Isso não passa de papel pintado! Dinheiro é coisa muito diferente!
Pancho Villa resolveu voltar para as suas tropelias, onde tiros e gritos resolviam a parada. Nosso Pancho Villa tem a vantagem de não dar tiros nem berrar patriotadas. Na verdade, guarda semelhança com o original por confundir ficção e realidade. Nascido e criado nos Estados Unidos, de mãe brasileira, ele quer salvar a pátria, só não sabe de quê.

2 comentários:

  1. Anônimo12:59 AM

    Jayme, hoje ouvi algo que se encaixa aqui. O Jornalista Juremir Machado da Silva falou na TVCOM que nós e o país sobreviveremos, apesar dos políticos. Afinal eles fazem pouca, ou quase nenhuma diferença na nossa vida diária. Ele esqueceu apenas de dizer que eles nos tomam um monte de dinheiro para não fazer nada. Sobreviveremos. Um abraço.

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  2. Anônimo10:21 AM

    Só concordo em parte com o Juremir. Haveremos de sobreviver a esses políticos que hoje estão aí. O aperfeiçoamento do processo democrático vai depurar a cena.
    Que tal pensarmos em voto distrital?
    Jayme

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