quarta-feira, 10 de agosto de 2005

O canto do quero-quero - Jayme Copstein

Enquanto o PT esforça-se por provar que governos anteriores também eram informais com dinheiros duvidosos, Marcos Valério de Souza surge ontem, na CPI do mensalão, com terceiras versões que não fecham com nada.
O PT procura demonstrar que não inventou a corrupção, apenas a “aperfeiçoou”. O script de Marcos Valério de Souza é outro. Preservando a frieza estilo mercúrio nas veias do primeiro depoimento, deixa de lado, também, o estilo gângster arrependido da aparição. Propõe delação premiada, como personagem de filmes policiais de terceira categoria, finge brigas com José Dirceu para dar substância ao álibi dos empréstimos bancários.
Nada de corrupção. Apenas temeridades, nada de tão grave que mereça algo além de admoestações.
Não adianta membros da CPI argumentarem com ele que banqueiros não perdoam um centavo que seja dos juros extorsivos que cobram de suas vítimas. Marcos Valério mantém-se na tática do quero-quero, cantando longe do ninho, para desviar a atenção dos predadores.
Algo muito grave e inconfessável se esconde atrás desse teatro. O Brasil que se prepare para o estarrecimento.

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