Terá havido engano tão palmar por parte dos repórteres da revista Veja no caso do ministro Palocci? Ele dissecou uma a uma e comprovou a inconsistência das supostas denúncias sobre ligações escusas que manteria com o advogado Buratti.
Jornalistas cometem enganos com ingenuidade que chega a ser incrível. Mas há uma explicação: a corrupção no Brasil tem a idade da pedra; a honestidade ainda está no útero e corre o risco de aborto.
Há um episódio curioso, inédito até agora, protagonizado pelo engenheiro gaúcho Ildo Meneghetti, duas vezes governador do Rio Grande do Sul. Era um tipo raro: empobreceu na vida pública. No intervalo entre os dois mandatos e mesmo depois, quando abandonou a política, necessitou trabalhar para sobreviver.
Dono de uma empresa de engenharia, Meneghetti certa feita foi a Brasília, para assistir à decisão de concorrência da qual participava. Na véspera, à noite, foi procurado no hotel por desconhecido que se identificou como membro da comissão julgadora. Vinha lhe oferecer a vitória se concordasse em pagar os 10 por cento, ditos “de praxe”.
Meneghetti recusou a proposta e pediu ao cidadão que se retirasse para não ser expulso do apartamento. No dia seguinte, a surpresa: havia ganhado a concorrência. Foi então que percebeu o golpe: alguém, com conhecimento antecipado do resultado, tentara lhe extorquir dinheiro.
Não há necessidade de se recorrer ao célebre caso colar de Maria Antonieta, para se perceber em que consistiu o “lobby” de Buratti no Ministério da Fazenda.
segunda-feira, 22 de agosto de 2005
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