A manchete de hoje do jornal Zero Hora (Porto Alegre) é significativa, porém modesta, diante do desdobramento da crise política. Diz respeito ao futuro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando o que está em jogo é o futuro da Nação.
Mais adequado seria: Semana define futuro do Brasil. O que resta, no escândalo do mensalão – e não é pouco – não passa de investigação policial para identificar todos os culpados e puni-los, se é que se consegue punir alguém neste país da impunidade.
O problema é bem outro. É dar fim à crise, iniciada com o golpe que derrubou o velho e bom parlamentarismo e instituiu o presidencialismo. Em outras palavras: trocou-se mais de 60 anos de estabilidade política da monarquia pelas constantes quarteladas, conspiratas, duas ditaduras e a anarquia banalizada.
Não foi, pois, a monarquia que caiu nem foi a república instituída na troca, em 1889. Eduardo Prado definiu com precisão: passamos de uma monarquia republicana para uma república monárquica. Instituímos uma tirania, cujos problemas se agravaram com o voto classista, este felizmente extinto logo depois, e o voto proporcional, ambos introduzidos em 1934.
Não se trata de nostalgias realengas. Estas têm palco para ostentar suas exuberâncias nos sambódromos de qualquer cidade brasileira, sob comando de Momo I e Único. Estamos falando de trazer de volta o parlamentarismo, que assegurou a estabilidade política no Império e é o que pode consolidar a República.
segunda-feira, 15 de agosto de 2005
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um dia a gente chega lá, Estevam.
ResponderExcluirOu será que vamos ser personagens do mito de Prometeu, cujo suplício jamais chega ao fim?