terça-feira, 25 de outubro de 2005

A fraude - Jayme Copstein

Os deputados Alberto Fraga, do PFL de Brasília, da campanha do “não”, e Raul Jungmann, do PPS de Pernambuco, da campanha do “sim”, continuam o debate sobre a proibição das armas de fogo, agora enfocando os custos da campanha.
Fraga confessa uma dívida de 900 mil reais. Diz que recorrerá à indústria de armamentos – Taurus e CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos) – para obter o dinheiro, se ele não vier de outra fonte. Em outras palavras, se não cair do céu.
Ao que tudo indica, esta foi a origem – o céu – do dinheiro para pagar a campanha do “sim”. Seu tesoureiro, o deputado Raul Jungmann, não tem preocupações a respeito, como se apenas o “não” tivesse pago pela produção dos programas de tevê. As dívidas foram saldadas e ele pode dar-se ao luxo de acusar os antagonistas de entrarem no jogo com cartas mar-cadas pelos fabricantes de armas.
Jungmann teria toda a razão se não excluísse o “sim” da tramóia que acusa. Mas sua denúncia convida à reflexão. Basta atentar para as montanhas de dinheiro, de origem espúria, envolvidas nas campanhas eleitorais, para se chegar à conclusão: a política no Brasil é uma imensa fraude.

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