quinta-feira, 13 de outubro de 2005

O dilema das minhocas - Jayme Copstein

Proibidos no rádio e na tevê os debates sobre o tema do referendo de 23 de outubro, só podemos falar de coisas transcendentais, como a influência das rolhas no pensamento abstrato das lulas oceânicas em sua abordagem dialética da repentina paixão do peixe-boi pelas vacas aftósicas.
O que não exclui especulações sobre o dilema das minhocas, caso comprovado de que, quem tem duas cabeças, não tem nenhuma. Vive no eterno dilema de descobrir qual delas é a da direita e a da esquerda, isso se estiverem na horizontal esses importantes oligoquetas – é o nome cientifico da ditas cujas minhocas, nada a ver com oligarquias e picaretas que infestam a política nacional.
Mesmo na horizontal, depende do enfoque. A cabeça da minhoca não estaria nem na esquerda nem na direita mas na frente ou atrás. Se estiver pendurada em um gancho, como boa parte dos brasileiros no SPC, tem a cabeça de cima e a cabeça de baixo.
O caso é sério. Ao contrário do que se diz, o esporte favorito do brasileiro não é o futebol mas correr atrás do fim do mês. Sempre chega depois.
Como se vê, há coisas mais importantes do que referendos. Por exemplo: qual a origem das armas que mataram o prefeito Celso Daniel? É bom achar logo a resposta antes que o filme termine por falta de personagens.

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