Em lugar de provocar risadas em Vladimir Putin, ao lhe propor eixo Brasília-Moscou para enfrentar a hegemonia da União Européia e dos Estados Unidos, o governo brasileiro deveria prestar mais atenção ao que está acontecendo na pesquisa de combustíveis alternativos, para aproveitar as cartas que tem na mão.
Já há muito tempo, desde quando éramos inteiramente dependentes das importações de petróleo, os pesquisadores brasileiros preocuparam-se em encontrar fontes de energia mais baratas. Esbarraram sempre na falta de apoio e na cabeça obtusa dos seus políticos, onde o cérebro foi definitivamente substituído chave do cofre.
Aconteceu assim com a energia eólica, a gerada pelo vento. Em uma publicação da Universidade Federal do Rio Grande, de dezembro de 1966 – há quase 40 anos – o engenheiro Paulo de Castro Nogueira defendia o “Aproveitamento econômico da energia do vento” – esse era o título da monografia – em que demonstrava ser viável, pelo regime dos ventos, a geração de energia eólica na Planície Costeira do nosso Estado. Hoje estamos importando, como grande novidade, a tecnologia alemã.
Chegam notícias da Austrália e da Suécia, de esforços para desenvolver fontes alternativas de energia, de fácil renovação, os chamados biocombus-tíveis.
Os australianos que tem grandes excedentes de bananas e seus engenheiros criaram um gerador de eletricidade, movido pelo metano obtido a partir dos frutos em decomposição. Esperam, no futuro, movimentar até uma usina inteira.
Já os suecos buscam obter o metano através da decomposição de restos de animais, abatidos para consumo e testam a viabilidade em locomotivas mo-vidas a gás.
O Brasil está a léguas na frente desses países. O álcool combustível é uma realidade e até agora não tem a presença mundial que lhe cabe pela estrei-teza dos barões da cana-de-açúcar, cujo bolso maior do que os olhos lhes impede de enxergar bem mais adiante.
Há também o biodiesel, desenvolvido a partir da mamona, para satisfazer as nostalgias infantis do sr. Luiz Inácio Lula da Silva, quando as melhores fontes são o girassol, o nabo, o babaçu, dendê, milho, soja e até o próprio óleo queimado em frituras nos restaurantes e em casa.
O óleo de mamona, por suas qualidades como solvente na industrialização de plásticos tem preço de mercado muito superior, e seria desperdício, para não dizer rematada asneira, queimá-lo nos motores.
Mas não é o que importa neste momento. Importa é que concentremos apoio e esforços, para estender a liderança que já temos nos laboratórios ao mercado internacional.
Encurtará bem mais a distância que nos separa dos líderes mundiais do que as patacoadas travestidas de ideologia, que tem a catinga dos cigarros e os eflúvios do álcool consumidos nos bares da Cidade Baixa.
terça-feira, 25 de outubro de 2005
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Olá.Enquanto a petrobras continuar a ditar as regras do mercado ,o álcool nunca terá prioridade.
ResponderExcluirEste comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluir