Nahum Sirotsky, um dos mais bem equipados jornalistas brasileiros, ora vivendo em Israel, é quem dá a medida correta da fatuidade do conflito entre árabes e judeus. Não foi gratuita a homenagem que lhe prestaram os alunos de jornalismo da Universidade do Sul de Santa Catarina, fazendo-o paraninfo de turma recente.
Em Zero Hora de hoje, Nahum Sirostky disseca com síntese e precisão o patrimônio comum das três religiões mais influentes do mundo moderno – judaísmo, cristianismo e islamismo – mas não tenta roubar do leitor o direito de concluir por conta própria o absurdo do conflito que tanto sangue derrama pelo mundo afora.
É o velho e bom jornalismo que não se coloca, como mero beleguim, a serviço de colonialismos tardios, travestidos de salvadores da humanidade.
A matéria chama-se “Dias santos e receios”. Mostra proximidade, em 2005, dos festejos de ano novo no calendário religioso de judeus e árabes – Rosh Hashaná e Ramadã – coincidência que também pode ser assinalada com freqüência nas comemorações da Páscoa de judeus e cristãos.
Originadas as três religiões em Abraão de Ur da Caldéia, hoje Iraque, não há nenhum conteúdo verdadeiramente religioso nos conflitos entre elas. É o que não está nas contas de estrábicos que glamourizam o terrorismo, entortam de propósito o olhar para o outro lado, para obscurecer a verdade do sangue derramado na pequena escola de Beslan, nos bares e restaurantes de Bali, no metrô de Londres, de Madri ou nas Torres Gêmeas de Nova York.
segunda-feira, 3 de outubro de 2005
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