A denúncia do envolvimento do senador tucano Eduardo Azeredo com Marcos Valério produziu efeito contrário ao desejado pelos políticos do PT.
Os petistas continuam apegados à tática antiga, a de desqualificar pessoas para tirar a importância e a veracidade de seus argumentos. Ontem, na CPI dos Bingos, na acareação com os irmãos do ex-prefeito Ceslo Daniel, o grande equívoco de Gilberto Carvalho foi exatamente esse. Só conseguiu passar a impressão de frieza, cálculo e premeditação, que em nada ajuda a sua verdade.
No caso de Azeredo, a intenção era desqualificar os tucanos, fortalecer a atenuante do “sou, mas quem não é?’ e aprofundar a tese de terem apenas aperfeiçoado a corrupção, em versão cabocla, nada criativa, do velho enigma do ovo e da galinha – quem nasceu primeiro? Ou, no caso, quem é o mais antigo no pedaço? Como se isso fizesse diferença.
Em vez de sentirem coagidos, os tucanos se irritaram. Compararam as duas situações do “valerioduto”, ocorridas em tempos diferentes: Azeredo foi candidato a governador de Minas, em 1998Lula, a presidente da República, em 2002. Azeredo não se elegeu, portanto não há ilegalidades a punir no mandato que nunca existiu. Lula está no Planalto. Pela primeira vez, a palavra “impeachment” foi pronunciada no recinto do parlamento.
O que tucanos e petistas precisam entender, e nas suas águas, tudo o mais que integrar a fauna política deste país, é que ninguém deseja saber a quem cabe a primazia.
O que interessa mesmo é varrer, de uma vez por todas, a titica do galinheiro.
quinta-feira, 27 de outubro de 2005
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