José Dirceu acende velas a todos os santos, para escapar da cassação de mandato, fantasiando firulas jurídicas que impeçam a incorporação da batota do mensalão ao seu passado de salvador da Pátria.
Ele precisa deste passado para continuar alimentando sonhos todo-poderosos. Até Roberto Jefferson desmascará-lo, Dirceu engordava sua biografia de mitos de condotiere, de fuehrer ou de guia dos povos, no melhor estilo das ditaduras que empestaram o mundo no século 20.
Agora tenta se livrar do escândalo do mensalão, grudado na pele, na crença de que manobras bem-sucedidas para absolvê-lo por uma acrobática falta de provas, podem devolver a lenda esvaída.
Chega a ser melancólica a semelhança que sua figura guarda com Adolf Hitler, mobilizando exércitos imaginários nos dias finais do regime nazista.
Hitler achava que a nação alemã só existia para servi-lo e não merecia sobreviver sem ele. José Dirceu parece achar que o PT e as esperanças e ilusões que mobilizou e incutiu nas pessoas estiveram à sua espera, desde tempos imemoriais, e devem extinguir-se com ele.
Até agora, os esforços de José Dirceu têm sido vãos. Ainda aposta algumas fichas na decisão de mérito do Supremo Tribunal Federal, em escaramuças na própria Câmara de Deputados. Não leva em conta que, além do esfacelamento do PT, já consumado, significará a destruição do que resta de credibilidade do legislativo brasileiro, sem em nada alterar a opinião pública..
A história não o perdoará jamais.
sexta-feira, 21 de outubro de 2005
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