Apesar da aparência lunática, as águas por onde navegam lampeiros bandidos assassinos ou políticos corruptos, correm aqui mesmo na Terra, neste país glorioso chamado Brasil. É o Mar da Impunidade.
O bandido que trucidou uma advogada em Porto Alegre, tem folha corrida de vários metros de comprimento. Foi solto por estranho equívoco. A Superintendência dos Serviços Penitenciários não foi informada pela Justiça da sua prisão preventiva.
Há muito tempo, sem que ninguém incomodasse, o bandido fazia ponto onde cometeu o crime. Ao ser preso, disse que a vítima tentara fugir, por isso disparou a garrucha.
Mas que a Polícia não o mate quando o encontrar. Direito de fugir e de reagir é só para criminosos. No Mar da Impunidade, o resto da população pode ser executado sumariamente.
Já os deputados flagrados no mensalão, quando alegam falta de provas, lembram a velha anedota do marido que espreitava pelo buraco da fechadura para surpreender a mulher em adultério. Viu o casal se despir, até o momento em que o amante pendurou a cueca na maçaneta da porta e lhe tapou a visão. Nunca ficou sabendo se fora ou não traído.
No Mar da Impunidade, além do uso habitual, cuecas guardam dólares e tapam buracos de fechadura.
sexta-feira, 14 de outubro de 2005
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário