Fica difícil a nós, pobres mortais, esperançosos de que o Judiciário ache logo solução para seus múltiplos problemas, entender o desperdício de tempo e de energias em discutir se crucifixos, símbolo do catolicismo romano, devem ou não permanecer nos foros e tribunais.
A tese foi levada à consideração dos participantes do Congresso de Magistrados Estaduais, reunido no fim-de-semana que passou, em Santana do Livramento. Por 25 votos a 24, os crucifixos foram mantidos.
A presença de 49 votantes não chegou a ser significativa nem mesmo em relação à magistratura gaúcha. Contudo, já que envolve a fé da maioria da população brasileira, não teria sido melhor que mesmo esta minoria de magistrados debatesse as prioridades do Judiciário?
O que é mais urgente: expulsar os crucifixos das paredes dos foros e tribunais ou, por exemplo, exorcizar o demônio da burocracia que torna os processos lentos, quando não intermináveis? Não é esta a cruz que carregamos todos no Brasil?
Há uma falácia em relação à perda de fiéis no Brasil, por parte do catolicismo romano. Os motivos enfileirados para explicar as supostas perdas têm mais jeito de pressão política contra determinadas posições da Igreja em relação ao aborto, ao homossexualismo e ao divórcio do que pé na realidade. É só olhar manifestações religiosas, como as procissões de Corpus Christi e dos Navegantes, para se perceber que as coisas não são bem assim.
Os crucifixos estão nos foros e nos tribunais desde que eles existem no Brasil. Para os que crêem, não se precisa atribuir importância a esta presença.
Para os que não crêem, uma pergunta singela: que problemas pode causar à Justiça, a imagem de um humilde carpinteiro judeu, executado pelos romanos no ano 33 da nossa era?
terça-feira, 4 de outubro de 2005
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Acredito que os crucifixos representem bem mais no inconciente da Justiça do que no racional. Eles lembram fé, seriedade e verdade, pouco comuns nos nosso trubunais.
ResponderExcluirPode representar também o medo da verdadeira justiça a que todos seremos submetidos.
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