quinta-feira, 27 de outubro de 2005

Ópera dos vivos - Jayme Copstein

Notável em toda a atual crise brasileira é o papel desempenhado por esse cidadão Marcos Valério, de repente surgido do nada como um bonequeiro que transforma políticos de todas as origens em meros mamulengos, movidos a dinheiros espúrios.
Marcos Valério sequer é publicitário. Não passa de um agenciador de serviços que encontrou o filão generoso dos chamados homens públicos, da mesma maneira que Geane Maria Córner descobriu o filão generoso das chamadas mulheres públicas.
Parece ter sido uma questão de “feeling”, como se diz em inglês. Tanto Marcos Valério poderia ter optado pelas mulheres, como Geane pelos homens, dava no mesmo. Esses homens e mulheres eram públicos e público também o dinheiro alcançado, sem nada a ver com preferências sexuais.
Mas o extraordinário não são os trocadilhos que se possa fazer a respeito. O extraordinário é a falta de respeito com todos nós porque, passado meio ano desde que o escândalo estourou, o único punido foi o denunciante Roberto Jefferson.
Os demais, o petista José Dirceu à frente, agora com a coadjuvância do tucano Eduardo Azeredo, continuam protagonizando a Ópera dos Vivos, que era como se chamava o espetáculo de mamulengos no Brasil Colonial.

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