segunda-feira, 10 de outubro de 2005

O passo da marcha - Jayme Copstein

Francisco Salazar da Silveira, de Caxias do Sul, pergunta o que se quis dizer com joanices-do-passo-certo, sexta-feira.
Não se quis dizer nada que não esteja na história passada ou presente deste país. Como passado e presente se somam em futuro, o amanhã não deverá ser muito diferente.
Francisco alega que a história do café já aconteceu há mais de meio século. Mas a do tabaco, não. Foi no ano passado, que o nosso governo quis livrar o mundo do cigarro, erradicando as lavouras de fumo. Deu marcha-à-ré premido mais pelos protestos generalizados do que pelo bom-senso.
Foi Fernando Borba, talentoso cronista de Bagé, Rio Grande do Sul, hoje esquecido, quem criou a melhor anedota para ilustrar o nosso bom-mocismo, fora de compasso com a realidade do mundo.
Um casal, assistia seu filho de dez anos, desfilando com outros coleguinhas de escola, na Semana da Pátria.
“Olha só, querido”, disse a mulher. “Nosso filho é o único de passo certo no meio dessa gurizada toda”.
Ao que o marido acrescentou: “O único patriota também!”
Não duvide, Francisco Salazar da Silveira,de Caxias do Sul, que amanhã o governo comece a cobrar no Brasil o imposto internacional da fome. Só para mostrar ao resto do mundo qual o passo da marcha.

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