sexta-feira, 11 de agosto de 2006

Bancos e bandos - Jayme Copstein

A propósito do comentário de ontem, sobre a obscena agiotagem que dá aos bancos brasileiros, ou com filial no Brasil, o maior lucro do setor em todo o mundo, recebi mensagem de um pequeno empresário, cuja identidade preservo por razões óbvias. É mais uma vítima da gatunagem institucionalizada no país, que inclui desde mensalistas, sanguessugas, superfaturamento das despesas governamentais, mordomias e aos juros extorsivos.
Este pequeno empresário tinha uma metalúrgica que fornecia equipamentos para órgãos públicos. Como se recusou a distribuir propinas, o pouco que conseguiu vender só recebia com grande dificuldade e grande demora. Acabou tendo de recorrer aos bancos porque órgãos públicos, não pagam custas judiciais, são obrigados a recorrer até a última instância. Mesmo condenados, não podem ser executados.
O sistema favorece a corrupção. A pretexto de moralizar, criar dificuldades que só favorecem a venda de facilidades. E aí, à espreita, de rapina, estão os bancos, para extorquir o que sobrar da batalha.
O pequeno empresário que me escreveu refere-se a taxa legal de 12% ao ano, definida pela Constituição. Como está dentro dos 80% do que ainda não foi regulamentado na Carta Magna, por enquanto é letra morta. Pouco importa, entretanto, que já estivesse. A correção monetária acrescentada aos juros, para equilibrar as perdas geradas pela inflação, não guarda nenhuma relação com os números alegados pelo governo. Este diz que a inflação está entre 0,38 a 0,68% ao mês. Os bancos cobram mais de 3% a este título.
Quem está mentindo, o governo ou os bancos? O será que os dois se associaram em bando para enganar o povo?

Nenhum comentário:

Postar um comentário