Eleitores me escrevem sobre pesquisas de opinião. Uns, desanimados, manifestam surpresa, outros, intrigados, fazem comparações para demonstrar falta de lógica. A pergunta mais freqüente é se uma pesquisa pode ser fraudado.
É evidente que pode. Qualquer coisa pode ser fraudada. A não ser que se tenha criado alguma artimanha, difícil de ser apurada, ao menos neste momento, nenhum instituo especializado teria interesse em se desmoralizar perante a opinião pública porque seu faturamento depende de prestígio e nada pior, no caso, seria o flagrante da desonestidade.
Vamos lidar, entretanto, com a possibilidade remota de que todos os institutos de pesquisa estejam envolvidos em um conluio. A fraude funcionaria por um fenômeno que Maquiavel já assinalava no século 16: a emoção governa 95% do comportamento político das massas. Só 5 por cento se deixam conduzir pela razão.
O eleitor surpreendido por pesquisas de opinião, tenham ou não fundamento suas suspeitas, melhor andaria afastando de si a emoção que o desanima. Em nome da razão que o faz decidir-se por este ou aquele caminho, deve manter-se firme em sua escolha. O exemplo mais clássico, a demonstrar que eleições se resolvem nas urnas, é o de Harry Truman disputando em 1948, com Thomas Dewey, a presidência dos Estados Unidos.
Baseados em pesquisas de opinião, jornais importantes se anteciparam às urnas e deram em manchete a vitória de Dewey. Um deles foi exibido por Truman, com um sorriso de gozação, logo que a contagem dos votos mostrou que ele era o ve3ncedor.
quarta-feira, 23 de agosto de 2006
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